Boas!
Hoje até vou abrir uma exceção caso ainda não tenha nadado … Leia e por favor comente sobre este assunto que para alguns é apenas uma coisa de gente “fresca” mas que para outros pode ser chamado de “mau do século” como tantas outras coisas.
Vou me descrever em apenas três características básicas que vão lhes dar a noção de bullying na infância. Eu era (não que hoje eu tenha passado para a categoria de modelo da “MEN’s HEALTH MAGAZINE”) uma criança fora do peso (GORDO), usava e ainda uso óculos (“4OLHO”) e era muito branco (CERA).
Pra ser sincero, não me recordo de ter nenhum apelido “carinhoso” colocado ou ter sido chamado pelo “apelido” por um Professor ou Técnico, sempre aconteceu pelos amigos e os “mui” amigos no dia a dia.
Como um educador, acredito que utilizei apelidos ao invés de nomes em algumas raras vezes, e muito durante os 7 anos em que fui treinador da Medicina ABC.
Nesta fase os integrantes da equipe já se apresentavam pelo apelido, o que era muito complicado pois no momento de fazer uma inscrição não tinha como colocar “nomes” do tipo: Arroto, Fininvest, Lixo, Bolota, Temaki, Macaco, Fronha, Mico, Nada, Bozo, Queixada e tantos outros que passaram. Juro que tentava chamar pelo nome, mas nem eles mesmos lembravam do próprio nome.
Brincadeiras a parte, com certeza sofri bullying … Alguns foram um pouco além do limite, mas acredito que hoje sou uma pessoa considerada “normal” para os padrões da sociedade, e não carrego nenhum trauma aparente ocasionado por alguma destas praticas.
Entre achar certo ou errado, prefiro dizer que existe um limite para tudo, e que hoje com “100% de certeza absoluta” se fizermos qualquer coisa das quais apliquei e sofri, aqui nos Estados Unidos teriam duas opções dependendo do Estado.
Quando falamos sobre o assunto, a celebre frase é sempre a mesma: “PASSAMOS POR TUDO ISSO E SOBREVIVEMOS”. Também acredito que sim, sobrevivemos mas será que todos/todas passaram ilesos por este processo, mesmo tendo “sobrevivido”?!?!?!?!?!
Confesso que encontrei alguns destes que me transformaram em “sobrevivente” bem como alguns em que eu os tornei “sobreviventes”. Lembramos das historias, demos risadas e passamos momentos bem agradáveis. Mas me recordo de alguns que não sobreviveram e saíram do esporte.
Ao escrever, varias coisas entram e saem da minha cabeça… Neste momento refletindo sobre o significado do “bullying” na Natação/Esporte, consigo entender que esta pratica estava mais ligada em um “ritual de iniciação” do que ao “bullying” isolado e propriamente dito.
Isso não quer dizer que o “ritual” tenha que ser feito da maneira que ainda é.
Pintar o rosto com batom, carregar mochila, fazer o prato nos refeitório quando estávamos alojados para competições eram coisas que sempre participei e nunca me importei de carregar, fazer e ser “maquiado”, mas sei que alguns sim.
Neste momento, comecei a entrar em conflitos, ainda mais que durante a digitação estava conversando e lendo para minha Esposa que é Psicóloga do Esporte … Imaginem o VAI e VEM produtivo que não foi.
Voltando um pouco, estava assistindo um programa de entrevista que se tratava do humor dos anos 70, 80 e 90 onde fazer uma piada sobre a preferencia sexual, adultério ou cor da pele era a coisa mais “normal” e engraçada do mundo; hoje isso é inadmissível. O mundo mudou, e como ele também os padrões de aceitação e tolerância.
Evoluímos, melhoramos, progredimos e ao mesmo tempo também se evidenciou o radicalismo dos que não melhoraram, não evoluíram e não progrediram.
Novamente repito, como Educador cabe a mim policiar e impor os limites para tais “brincadeiras”. Por coincidência fiz ontem uma prova da USA Swimming para renovar a minha credencial de Técnico. O titulo do curso é “Treinamento seguro e proteção de Atletas”. Neste curso se fala de 1os socorros, “CPR”, treinamento, lesões e muito sobre código de conduta dos Treinadores e relacionamento com os atletas.
Para que Vocês entendam a seriedade, por lei eu não posso conversar com Atletas de porta fechada sem a presença de um terceiro, tenho que reportar qualquer comportamento diferente entre Atletas, não posso me comunicar através de mensagem de texto com os mesmos após determinada hora (20:00), não posso ter atletas cadastrados em minhas contas nas mídias sociais, enfim existem varias medidas restritivas para assegurar e manter a integridade de ambas as partes.
No entanto posso dizer que por aqui todos os dias aparecem noticias sobre Treinadores que estão sendo processados e banidos da borda da piscina por fatos relacionados a abuso, verbal e sexual.
Estes fatos me fazem acreditar que o bullying, o contato, a comunicação e a exposição devem SIM ter controle, mas que cabe a cada um de Nós controlar e tentar ao máximo manter o ambiente de convívio pessoal e profissional com limites claros e sempre que possível utilizar o bom-senso*.
Esta última palavra (*) pode até parecer vaga e individual, e que com certeza muitos não possuem; se este for o seu caso, utilize sempre uma regra que com certeza veio de alguma sábia pessoa que habitou este lugar juntamente com os T-Rex: “NÃO FAÇA NADA AOS OUTROS QUE VOCÊ NÃO GOSTARIA QUE FIZESSEM A VOCĖ”…
Simples e eficaz maneira de evitarmos situações constrangedoras.
Sempre existem e existirão os/as “CALOUROS (AS)” vulgo “Marinheiros (as) de 1a viagem”, por que não transformar esta 1a viagem destes novatos em algo divertido e prazeroso para que cada vez mais tenhamos pessoas interessadas e felizes por estar ao nosso lado e pertencerem ao nosso meio?!?!?!
Manter a atenção nas atitudes e comportamentos destes “humanos” faz parte da cartilha do educador!
Seja Você um Professor (educador diplomado) ou não, seja Você uma Mãe ou Pai (educadores por natureza), ou não; como cidadãos de bem temos como obrigação combater qualquer atitude e comportamento que oprima ou humilhe qualquer humano.
Depois dessa, só nos resta dar uma ótima nadada pra refletir um pouco sobre o nosso comportamento!
Um forte e molhado abraço,
Indiani
Alexandre Indiani
#ENCONTRO NACIONAL de TÉCNICOS
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