Boas!
Hoje teremos uma pequena viagem no túnel do tempo nada de nostalgia, apenas uma comparação sobre o clima de uma arquibancada na década de 80.
Parque Aquático Julio De Lamare Janeiro de 1989, Troféu Brasil seletiva para Copa Latina de Nice na França. Arquibancada lotada, Clube de Regatas do Flamengo disputando acirradamente a competição com o Minas Tênis Clube.
Naquela época (este é o 1o indício de nostalgia…) todos nós participávamos do desfile das equipes. Era uma coisa “surreal”; maquiagem, fantasias, camisetas personalizadas, bandanas e até equipe dentro de um barco apareceu naquele ano.
O Flamengo entrou em uma “carenagem” de caravela como o pessoal de Pirata, a galera foi ao delírio, inclusive eu que neste ano estava defendendo o Pinheiros. Estávamos com uniforme novinho confeccionado para aquela competição, era realmente algo que fazia parte do espirito da competição. Hoje acredito que por vários motivos o ato do desfile caiu no esquecimento.
Bom? Ruim? Acredito que apenas diferente, parte de uma mudança que nos trouxe aos dias de hoje.
Nesta competição aconteceu um fato que transformou a arquibancada em “geral” de jogo de futebol entre arqui inimigos.
No ultimo dia de competição (Domingo pela tarde), a final dos 400m Medley masculino definiria o ganhador pois nos revezamentos o Flamengo levaria vantagem.
Minas tênis clube com 2 nadadores, Flamengo também com 2, Pinheiros com 1, Paulistano com 1, Vasco com 1 e Curitibano com 1.
“As suas marcas… PÁ”
Ao final da prova 1o Curitibano, 2o Minas, 3o Pinheiros, 4o Minas, 5o Flamengo, 6o Flamengo, 7o Vasco e 8o Paulistano. De repente anunciam a desclassificação por irregularidades “desconhecidas” o 1o, 2o, 3o e 4o colocados…
Os Técnicos do Minas chegaram ao lado dos árbitros em menos de 10 segundos… Gritos, xingamentos, e o inicio de alguns “sopapos” entre nadadores.
A turma do “deixa disso” apartou e acalmou os ânimos.
Revezamentos apostos e novamente: “As suas marcas… PÁ”
Mesmo com uma garra incrível dos Mineiros, os Cariocas do Flamengo confirmaram o favoritismo e ganharam não só o revezamento mas também a competição.
Neste momento literalmente o “tempo fechou”, parecia o seriado do Batman com o “POW” PAH” CRASH”… Os Bombeiros fizeram um cordão e isolaram os dois Clubes, neste momento o Pai de uma nadadora do Flamengo ofendeu os Mineiros, e do “nada” apareceu um Nadador do Minas que com um “direto de esquerda” levou o Sr a “lona”…
Mais uma vez a pancadaria foi contida e a premiação foi apenas simbólica.
O mais incrível foi que em menos de um mês depois estavam praticamente todos embarcando no mesmo voo para a França… Coisa de outro mundo e com certeza a probabilidade de acontecer isso nos dias de hoje, seria a mesma do Cometa Harley antecipar sua passagem em 20 anos.
Outro ponto que também atingia a categoria “surreal” era a torcida com gritos de guerra e chamadas para incentivar os Atletas.
No Troféu Brasil do Corinthians em Dezembro de 2001, a Gaviões da Fiel levou uma parte da sua bateria da escola de samba. Coisa de louco. Praticamente tivemos que implorar pro pessoal dar uma “diminuidinha”… O batuque durou 4 dias ininterruptos, foi “DORIL” pra dar e vender.
Em um dos dias, durante a final dos 50m Nado Costas, a prova teve que ser paralisada antes da partida pois um dos nadadores tinha colocado a toalha com o símbolo do São Paulo na parede para gerar mais aderência.
Um integrante da escola de samba invadiu a piscina e “pediu” gentilmente para que o Atleta retirasse a toalha…
No Troféu OPEN de 2010 em Florianópolis o Pinheiros fez a coreografia da Seleção de Hugby da Nova Zelandia na plataforma de saltos. A equipe se dividiu nos 5, 7,5 e 10m… Foi bem emocionante…
Hoje em dia, as coisas mudaram…
Se pra melhor ou pior realmente não sei, mas sei que de uns tempos pra cá os “causos” na arquibancada e piscina, diminuíram bastante.
Eu diria que é apenas uma questão de guardar mais energia para o momento de nadar…
Para este campeonato Julio De Lamare/Open que teve inicio no dia de ontem no Rio de Janeiro, a torcida com certeza foi ao delírio com os 1.500m Nado Livre, onde o Nadador Guilherme Costa do UNISANTA tornou-se o 1o Brasileiro e Sul-Americano a percorrer a distãncia quebrando a barreira dos 15 minutos(14’59″01). Tenho “QUASE” que certeza que o Guilherme desfilou apenas na água.
Depois dessa, garanto que a atenção nas arquibancadas do passado se voltaram muito mais para as piscinas no presente…
Com um inicio deste, gostaria mesmo é de neste momento poder estar no Rio assistindo este show…
Se pensam que minha memória é falha, não é não…
Tá esperando o que?!?!?!
Bora pro meio líquido cumprir com o seu compromisso…
Forte e molhado abraço,
Indiani
Alexandre Indiani
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